Europa a que velocidade ?
O meu ultimo artigo no Odivelas.com
Aproveitando dias de férias do ano passado (bem estimável que não se pode perder) resolvi visitar familiares que vivem noutro país da nossa (?) União Europeia.
Não existe melhor prática política do que viver as realidades, contrariamente a que muitos adeptos bolorentos de gabinetes e assembleias pensam, e dei comigo a fazer um trabalho de “investigação” sobre as idades de reforma que se praticam nos diversos países da UE.
Entre nós, ainda recentemente a função publica ficou equiparada ao regime geral (só agora porque?) o que faz dos 65 anos e picos, uma “meta” ambicionada para os que pretendem reformar-se.
Em Espanha a idade da reforma subiu recentemente para os 67 anos seguindo o exemplo do Reino Unido e da Alemanha.
Na grande maioria dos países da UE a idade varia entre os 62 e os 67 anos, excepto no caso da Grécia, mas já vamos!
Convêm referir, que a esperança de vida média na UE é de 78,6 anos ( 82,5 anos para as mulheres e 74,7 anos para os homens).
Ainda recentemente, Atenas foi palco de manifestações, contra as medidas anunciadas de Papandreu, primeiro ministro grego, que entre outras medidas pretende aumentar a idade de reforma dos gregos, para fazer frente ao estado a que a Grécia chegou.
Entre esses mesmos manifestantes havia cabeleireiras , cuja profissão foi considerada de desgaste rápido, pelo que não aceitavam que a sua idade de reforma fosse alterada dos actuais 50 anos !
Exactamente cinquenta anos !
Esta, é uma das duzentas e tal profissões consideradas de desgaste rápido neste momento na Grécia, nunca indo a idade da reforma para alem dos 60 anos, nos outros casos!
Recentemente todos os países da União Europeia reuniram-se de urgência e decidiram emprestar dinheiro ao Sr Papandreu !
Perguntava-me uma filha minha: mas pai, nós estamos “nas lonas” e vamos emprestar quando nos pedem sacrifícios internamente?
Será correcto pedir a um alemão , que só se pode reformar aos 67 anos, que pague a doidice de outro país ?
O que a União Europeia tem de discutir (olá Dr Mário Soares por onde anda a propósito deste tema ?) é a questão do Estado Social.
Estado Social esse, que já anteriormente este em causa em Portugal não fosse a reforma feita na Segurança Social em 2007.
Mas este situação tem vindo a agravar-se progressivamente com o aumento do desemprego e com o aumento de subsídios ah-doc atribuídos a quem nada quer fazer e muito podia contribuir para ajudar a sociedade.
Será justo pagar 300/440 euros a um idoso que toda a vida trabalhou e depois atribuir 400/500 euros a quem nada quer fazer ?
Não me parece.
Não seria mais justo inverter estas situações ?
Não seria de obrigar essas mesmas pessoas a desenvolver trabalho para a comunidade ?
Perante todas estas questões apetece-me perguntar: mas afinal que EUROPA é esta ?
Estas são as grandes questões, sobre as quais todos os grandes defensores dos Estados Gerais Europeus se deviam pronunciar.
Mas, de repente todos esses europeistas doentios ficaram surdos e mudos !
Ao povo, e à construção europeia, interessa mais uma edificação social dos que tratados de Lisboa !
Os tecnocratas estão mais preocupados com o Ministro dos Negócios Estrangeiros Europeu, do que com a diferença de velocidades a que se vai construindo a Federação.
Convêm estarem atentos pois já temos países em marcha-atrás!
União Europeia 20 de Abril de 2010