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TU-BARÃO

Órgão de opinião própria sem periodicidade e com muita vontade de emitir opiniões sobre o nosso quotidiano

TU-BARÃO

Órgão de opinião própria sem periodicidade e com muita vontade de emitir opiniões sobre o nosso quotidiano

02.11.17

Vamos lá por partes


Juízo nos Juízes

Como muitas vezes tenho escrito, continua por fazer a mudança de mentalidades na Justiça em Portugal. Nos últimos cinquenta anos, Portugal sofreu (no bom sentido) muitas modificações estruturais que, de certa forma, alteram a vida do cidadão comum, não tendo nunca a justiça acompanhado o novo paradigma de vida em Portugal.

Mudámos mentalidades retrógradas, mudámos métodos, mudámos intervenções de caracter social e político, mas nunca mudámos este corporativismo, que alimenta a justiça e os chamados “justiceiros cá do burgo”.

Assistimos, nos últimos dias, à disseminação pelas redes socias de um acórdão que um senhor juiz do Porto resolveu dar à estampa. O digno juiz pode pensar o que quiser, pode levar a vida que entender, não pode é evocar seja o que muito bem entende para esconder, ocultar, ou desagravar um crime de violência doméstica. Confesso que já nada me admira vindo da área da justiça e cada vez a vejo mais desacreditada perante o olhar e pensar dos portugueses.

Dura lex sed lex faz-nos pensar muitas vezes no óbvio que não vemos.

Catalunha

Um líder político faz, muitas vezes, de uma causa a sua vida. No caso da independência catalã, o presidente do governo autónomo transmitia exactamente essa imagem. Digamos, com algum exagero, que vimos nele muitas vezes a célebre frase: “independência ou morte”……. (aqui uma breve nota para dizer que sou a favor de que se realize um verdadeiro referendo relativamente à independência, apesar de também pensar que as eleições de Dezembro responderão a esta questão).

O problema foi quando teve de ter a coragem necessária para declarar, sem medos e de uma forma inequívoca, essa mesma independência. Adiou horas uma intervenção (primeiro sinal de fraqueza), para de seguida anunciar uma independência seguida de uma suspensão da mesma, passando essa mesma responsabilidade para o parlamento autónomo. Ou seja, enquanto o pau vai e volta, folgam as costas………….e aqui vou eu a caminho de Bruxelas.

Sophia

Na Arábia Saudita foi concedida a cidadania a um robô, Sophia de seu nome.

A decisão de conceder uma cidadania a um robô aumenta a necessidade de um debate alargado, tendo em vista saber se os robôs devem ter os mesmos direitos que os seres humanos. Já não estamos no campo da ficção científica ou dos filmes do mesmo género. Estamos neste momento a assistir a uma revolução que, até 2020, vai fazer com que cinco milhões de pessoas percam o seu emprego. Claro que como em todas as revoluções, esta terá aspectos positivos e negativos, no caso de funções p.e. que exijam grandes esforços físicos, esta entrada em cena de robôs pode ser muito positiva. Acima de tudo importa perceber que o emprego está em mudança, tal como aconteceu com a informatização das empresas nos anos setenta.

Toda a geração anterior à minha, foi nessa década tão relutante como agora o seremos, mas acabou por aceitar o óbvio, tal como nós agora o aceitaremos mais tarde ou mais cedo. O futuro foi ontem!

José Barão das Neves