Caixa de Pandora
Esta semana o tema obrigatório, a nível nacional, é a Caixa Geral de Depósitos.
Desde 2000 com António de Sousa, passando por Vitor Martins, Santos Ferreira, Faria de Oliveira e José de Matos que tem sido um regabofe. Milhões para Berardo, milhões para a Ongoing, entre outros, mostra a loucura que se praticou naquela casa.
2,3 mil milhões de empréstimos em risco de não serem pagos.
Já tinha meio artigo escrito quando li o artigo do Pedro Santos Guerreiro no Expresso.
Bem escrito.
Está lá tudo e por esse motivo pela segunda vez, enquanto colaborador da Rádio Cruzeiro, vou fazer copy/paste com a devida vénia ao Expresso e ao seu director.
“ Vamos comprar a Caixa
Os 4 mil milhões de euros que vamos injectar na Caixa bastariam para comprar o BCP, o BPI e ainda dava para os CTT. É esta a enormidade em causa.
A comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos será uma granada politica mas só terá interesse se for também um tiro de carabina criminal.
O cálculo politico e financeiro recomenda que ela não exista. Mas há outro calculo que a exige: 4 mil milhões de euros. O aumento de capital. É mais de três vezes o que vale o BCP em bolsa. Tanto dinheiro…… Já sabemos para quê, não queremos mesmo saber o porquê?
O futuro um dia será passado e é preciso desenterrar um para não enterrar o outro. Não é para exumar cadáveres, é para manter os sobrevivos. Não é para crucificar, é para deixar santificar. Porque na Caixa houve muito má gestão, repartida entre pessoal do PS e do PSD. E porque pode ter havido gestão danosa. À vista desarmada houve duas grandes coisas. E em tempo real: grande parte das asneiras foi sendo noticiada e criticada enquanto acontecia. Debalde.
Além de analisar o passado e culpar quem passou, é preciso olhar para o futuro e responsabilizar quem o fará. Quem pode garantir que o que sucedeu não sucederá? Costa, Centeno e Domingues.
No dia em que a anterior administração da Caixa foi nomeada escrevi um texto a desfazê-la, por em vez de ser uma escolha de 11 administradores serem 11 escolhas de um, numa amálgama de interesses sem interesse para a Caixa. Desta vez é melhor. Costa escolheu um presidente independente que escolherá uma equipa independente. Só quem não tem dependência pode dizer a coisa mais simples do mundo: não. Não aos favores, não aos amigos, não a financiar a patranha dos centros de decisão nacional.
Além do não é preciso dizer sim. Sim à boa gestão, sim aos bons créditos, sim à restruturação, sim à força comercial, sim aos lucros, que permitirão pagar dividendos.
Se António Costa não pululou a Comissão Executiva de socialistas, está não só a delegar poder mas também a delegar responsabilidade. Domingues será o responsável. E se tiver o cheque tão gordo que lhe dá para cortar duas mil pessoas, participações no exterior, devolver empréstimos do tempo da troika e cobrir riscos de crédito, então terá tudo o que quer. Teremos de exigir-lhe o que queremos nós. Futuro sem passado. Porque a caixa gere quase um terço da poupança dos portugueses. E porque, na verdade, a responsabilidade do capital não é dos accionistas, é da gestão. Estamos de olho em si dr. Domingues. O seu dinheiro é o nosso. Tenha um bom dia.”
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