Só podemos falar de eleições.
As legislativas que se realizaram no passado domingo.
Houve quem ganhasse perdendo e quem perdendo ganhasse.
Depois houve um vencedor em toda a linha: O Bloco de Esquerda.
A coligação ganhou as eleições mesmo perdendo deputados e a maioria que confortavelmente tinha como sustentáculo.
A votação de ontem, na coligação que está no governo, é exactamente igual (diferença de 0,2) ao resultado do PSD nas eleições de 2011, digamos que a votação do CDS desapareceu………..
O Partido Socialista perdeu as eleições (estava em causa o primeiro lugar) aumentando o número de deputados. António Costa, mesmo assim, não tem ninguém dentro do PS que lhe possa fazer frente e que possa colocar em causa a sua liderança.
Nunca a votação no PSD, PS e CDS foi tao baixa como nestas eleições.
O grande vencedor da noite é o Bloco de Esquerda. Aumentou muito significativamente o número de deputados e o número de votos.
Catarina Martins, não é demais dize-lo, foi a estrela desta campanha é a mulher do momento.
Mais, consegui catapultar para as calendas os que abandonaram o Bloco.
A CDU também está de parabéns. Mais uma vez consegue manter o seu eleitorado aumentando até em um deputado, o número de representantes com que fica no parlamento.
O único revés, se assim se poderá chamar, foi o facto de ter sido novamente ultrapassada pelo Bloco.
A grande surpresa da noite acaba por ser o PAN. Força politica que se identifica nos seus conteúdos programáticos como defensora dos direitos dos animais e da natureza, elegeu um deputado.
Dos pequenos partidos o PDR e o PCTP/MRPP estiveram quase a eleger um representante na próxima legislatura apresentando votações a rondar os 60.000 votos, ficam agora com uma subvenção de mais de 150.000 euros por ano.
O Livre é uma das desilusões da noite com os seus 0,72%, apesar de ter sido levado ao colo por quase toda a imprensa, assim como aquela coligação do PTP+AGIR (confesso que não sei se é assim a designação) que Joana Amaral Dias inventou para poder concorrer a estas eleições sem ter o trabalho de formar um partido.
Para além da análise relativamente aos partidos é sempre de realçar, pela negativa, o nível da abstenção e a percentagem que já atinge os votos brancos e nulos.
Estes resultados levam a actual coligação a alterar a sua postura perante o parlamento e a repensar a estratégia, da mesma coligação, tendo em vista as eleições presidenciais.
A reforma do actual sistema da segurança social, que esteve no centro do debate politico durante a campanha, está agora dependente dos acordos com o PS não podendo o parlamento de uma forma displicente cortar mais pensões.
Hoje comemora-se também a implementação da república.
Não se entende o porque, do senhor Presidente da Republica ter anunciado não estar presente nas comemorações desta data.
Segundo deu a entender, não o fará devido ao facto das eleições se terem realizado ontem e poderem tirar-se conclusões precipitadas da sua presença.
Queria informar que quem marcou a data das eleições de domingo não fui eu, foi o Dr. Cavaco Silva!
(artigo para a Radio Cruzeiro)