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TU-BARÃO

Órgão de opinião própria sem periodicidade e com muita vontade de emitir opiniões sobre o nosso quotidiano

TU-BARÃO

Órgão de opinião própria sem periodicidade e com muita vontade de emitir opiniões sobre o nosso quotidiano

08.01.13

Banif


Já em tempos aqui escrevi umas linhas sobre esta questão dos empréstimos que o Estado esta a fazer aos bancos, BCP, BPI e agora Banif.

Deixo só uma pergunta : quando estas entidades bancárias passaram a dar lucros de 5 milhões/dia os dividendos são para quem ?

08.01.13

Fernando Sousa Silva


OBRIGADO.

Só podia começar este texto, escrito a pedido do meu amigo Barão das Neves, com esta palavra, agradecendo a enorme honra que me dá quando me concede um espaço em tão ilustre blog, que vou sempre acompanhando e que, a meu ver, tem apenas um único defeito – é demasiado benfiquista para o meu gosto sportinguista.

Mas, ainda assim – e apesar desta divergência desportivo-futebolística que nos diverte mais do que (não) nos afasta – sinto, repito, um enorme orgulho em poder fazer parte desta «festa» do sétimo ano do TU-BARÃO e poder desfrutar de tão boa amizade.

Mas já chega deste quase »solilóquio» introdutório – passemos ao tema-chave deste meu texto e no qual me irei centrar…

SOLIDARIEDADE

Reconheço que, neste ponto, hesitei um pouco entre esta palavra e uma outra que anda muito em voga – voluntariado.

Decidi-me pela primeira porque penso que, de certa forma, a SOLIDARIEDADE inclui o voluntariado - ser solidário implica um acto voluntário.

Naturalmente, vou mencionar uma experiência pessoal minha que tem sido das mais enriquecedoras por que já passei na minha vida - o trabalho que venho desenvolvendo, conjuntamente com dezenas de voluntários, no Movimento Odivelas no Coração (MOC).

É difícil descrever a muito boa sensação de sentirmos que estamos a contribuir e que se fazemos parte de algo muito maior que nós próprios, algo que é fundamental para que cerca de 150 famílias do concelho de Odivelas tenham, pelo menos, uma alimentação condigna, a sensação de se fazer parte de uma equipa de cerca de 70 a 80 voluntários onde se respira uma atmosfera incrível, plena de energia na inesgotável vontade de ajudar quem precisa de ser ajudado, sem esperar rigorosamente nada em troca.

Estes voluntários são pessoas que querem ajudar apenas porque têm gosto e prazer em ajudar. E que melhor prova posso dar disto senão a constatação de que, muitas vezes, sobra gente e vontade para o trabalho que podemos fazer no MOC.

Porém, quando uso a expressão “o trabalho que podemos fazer no MOC”, não a estou a usar à toa. Uso-a porque temos, de facto, no MOC, uma enorme limitação nas nossas actividades – falta-nos um espaço que tenha condições para desenvolvermos um trabalho solidário numa escala ainda maior!

É apenas isto que nos falta porque, de resto e na realidade, temos quase tudo:

- Temos cada vez mais pessoas que precisam e procuram a nossa ajuda,

- Temos formas de angariar recursos alimentares para essas mesmas pessoas,

- E temos dezenas de voluntários que, imbuídos no melhor espírito solidário, estão dispostos a trabalhar ainda mais e melhor.

- Mas não temos um espaço com as condições necessárias.

Poderá custar a acreditar mas já vi (e não fui o único pois não é difícil de ver – basta ir a um dos nossos serões de voluntariado) cerca de 30 voluntários do MOC trabalharem, atropelando-se uns aos outros enquanto fazem os cabazes alimentares para as famílias apoiadas, num diminuto espaço de cerca de 40m2 (que é, aproximadamente, a área do nosso Espaço Solidário)!!!

Torna-se, assim, essencial para podermos fazer face à crescente procura por parte de famílias em dificuldades, que tenhamos à nossa disposição um espaço com condições necessárias.

Mas, de acordo com o melhor espírito empreendedor que tem caracterizado a actividade do MOC, não nos resignámos: procurámos soluções, fomos à luta, falámos com quem tínhamos de falar e estamos convictos de que, dentro de pouco tempo, aqueles que têm a chave da solução nos vão dar uma resposta positiva.

Tudo porque estes tempos de grande dificuldade exigem também um crescente espírito de SOLIDARIEDADE. Se não tivermos a solidariedade, dificilmente poderemos dar e ter a tão necessária esperança, neste tempos tão difíceis.

Contudo, felizmente, está mais que provado que solidariedade é coisa que não falta à população de Odivelas e muito menos, aos insuperáveis voluntários do MOC. Assim, lhes dêem condições para trabalhar, para serem ainda mais plenamente SOLIDÁRIOS.

Fernando Sousa Silva

Movimento Odivelas no Coração