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TU-BARÃO

Órgão de opinião própria sem periodicidade e com muita vontade de emitir opiniões sobre o nosso quotidiano

TU-BARÃO

Órgão de opinião própria sem periodicidade e com muita vontade de emitir opiniões sobre o nosso quotidiano

31.07.12

Carta de José Lucas ao Primeiro Ministro


 

ESTOU FARTO, SR. PRIMEIRO-MINISTRO

 

Sr. Primeiro-Ministro,

 

V. Exª não me conhece.

 

1 - Sou trabalhador do Estado, a minha esposa é enfermeira, tenho 2 filhos pequenos, não sou rico, vivo do meu vencimento (consecutivamente cortado de mil e uma maneiras) com o qual pago a prestação de uma casa simples (até aos 70 anos de idade), com imenso esforço, a prestação da minha viatura comprada em "leasing" a 10 anos, porque o dinheiro não dá para mais - na esperança de o poder pagar mais cedo - (para me poder deslocar para o trabalho que sempre foi longe de casa).

 

Não tenho bens patrimoniais nem heranças.

 

Procuro ser honesto, correcto, honrar os meus compromissos, de acordo com os meus valores ético-morais que adoptei, não só dos meus pais como também da Instituição que sirvo: os valores da honra, da dignidade.

 

2 -Dirijo-me a V. Exª na minha condição de cidadão português e de eleitor.

 

 

Após os descalabros sucessivos dos anteriores governos, acreditei em si, V. Exª inspirava-me confiança, parecia uma lufada de ar fresco neste terreno pantanoso em que se transformou o Portugal político-partidário.

 

Votei no seu colega de coligação no CDS, pois tinha a percepção de que os partidos políticos não teriam maturidade para terem maiorias (de acordo com o corrido no passado quer com o PSD, quer com o PS).

 

Sinto-me profundamente enganado, quer pelo Sr. Primeiro-Ministro, quer pelo Sr. Paulo Portas.

 

Explico porquê!

 

3 - Tenho 50 anos de idade, filhos para criar e já não tenho idade para ser enganado.

 

V. Exª mentiu-me (e eu acreditei),quando antes da campanha eleitoral garantiu, numa escola, que retirar os subsídios de férias e de Natal era um disparate e mera propaganda do partido adversário.

 

O Sr. Paulo Portas mentiu-me (e eu acreditei),quando foi fazer campanha eleitoral para um bomba de gasolina na fronteira com Espanha, dizendo que o que se passava em Portugal em matéria de preços dos combustíveis era um escândalo, e que resolveria o problema mal chegasse ao governo.

 

V. Exª disse que os sacrifícios seriam iguais para todos que lutaria por justiça e equidade (e eu acreditei). Disse que a honestidade, a correcção, os valores pátrios, ético-morais, seriam um paradigma do seu futuro governo (e eu acreditei).

 

V. Exª prometeu transparência (e eu acreditei),veja-se o caso Miguel Relvas, o caso Ana Moura, por exemplo.

 

Fui enganado, sinto-me enganado e a réstia de esperança que tinha em muito poucos políticos desapareceu.

 

O aforismo popular de que "são todos iguais" deixou de ser mera conjectura subjectiva: tornou-se um facto de difícil discussão.

 

 

 

 

4 –Estou farto, Sr. Primeiro-Ministro, que me falem de sacrifícios, de equidade, quando o Sr. Ministro da Solidariedade Social trocou uma vespa por um bólide caríssimo, no qual afronta a pobreza em que estamos.

 

 

Estou farto, Sr. Primeiro-Ministro,quando tenho um incentivo fiscal de 250€ para 2013, e para o ter tenho de gastar mais do que o meu vencimento, sendo tratado não como um cidadão mas como um mentecapto.

 

Estou farto, Sr. Primeiro-Ministro, que me fale de transparência, quando o seu braço direito, o Sr. Relvas, teve o caso que teve com o jornal Público, foi denunciado publicamente num canal de TV por Helena Roseta de a ter aliciado para favorecer uma empresa onde na altura V. Exª era o responsável, tem um curso que envergonha o país (apesar de legal, segundo dizem), e mentiu no caso das secretas no parlamento, segundo referem os "media".

V. Exª é conivente, ao manter a confiança política num político que não inspira confiança.

 

 

Estou farto, Sr. Primeiro-Ministro, que me falem de igualdade, de equidade, de justiça, quando a classe política não dá o exemplo de austeridade ao povo, aliás, contrariamente, faz o oposto, em carros de luxo, menus de luxo a preço de cantina na Assembleia da República, aumentos encapotados sob a forma de ajudas de custo e / ou despesas de representação.

 

Estou farto, Sr. Primeiro-Ministro, que me mintam.

Há tempos o Sr. Ministro da Administração Interna referiu, pelo menos por duas vezes, que era preciso dizer ao povo que o plano da troika não visava o crescimento mas apenas a correcção da despesa. No entanto, o discurso inverso, de que este caminho de austeridade louca visa o crescimento, continua a ser injectado por V. Exª.

 

 

Estou farto, Sr Primeiro-Ministro, de maus exemplos por parte de quem deveria dar bons exemplos. Refiro-me em concreto às duas principais figuras do Estado português (a 2ª figura foi escolhida por V. Exª), que exercendo cargos de alta responsabilidade dispensaram os respectivos ordenados para auferirem chorudas reformas (mais de 7 mil euros por 10 anos de trabalho, a Srª Assunção Esteves).

 

Estou farto, Sr. Primeiro-Ministro,que me digam que tudo isto é dentro da Lei (que os senhores elaboram ao longo dos anos, para que possam fazer o que bem entendem).

 

Estou farto, Sr. Primeiro-ministro, dos ordenados escandalosos dos gestores públicos, enquanto V. Exª vai cortando o pouco que cada português da classe média, e por aí abaixo, auferem ao fim do mês.

 

Estou farto Sr. Primeiro-Ministro de ver inúmeros "especialistas" no governo de V. Exª, na casa dos 20 anos, a auferirem ordenados equivalentes, por exemplo, a um General em fim de carreira.

 

Estou farto, Sr. Primeiro-Ministro , que alterem as leis de acordo com os vossos interesses (refiro-me ao subsídio de férias e de Natal), quando ao que consta tal nem sequer foi imposto pela troika, e estava estatuído desde o tempo de Sá Carneiro (que falta fazem homens da sua fibra) que esses subsídios são inalienáveis e impenhoráveis.

 

Estou farto, Sr. Primeiro-Ministro, de haver leis para uns e leis para outros conforme as conveniências do momento.

 

Estou farto, Sr. Primeiro-Ministro , que me digam que tudo isto é inevitável pois sabe melhor que eu que não é.

O Sr. Miguel Cadilhe sugeriu há dias que se taxasse 4% sobre a riqueza líquida, numa única vez para amortizar a dívida pública.

 

 

 

 

Porque não o faz V. EXª? De quem tem medo? Porque insiste em massacrar o povo português quando tem esta hipótese? Ou será que o Sr. Miguel Cadilhe alucinou (não acredito)?

 

5 – Da minha parte, e embora tenha votado no projecto comum PSD / CDS, não me revejo nesta teimosia de, alucinadamente, ir atrás de um número para o défice, nem que para isso o país morra de fome.

 

Como cidadão e eleitor, não votei nos senhores para fazerem isto, mas sim para fazerem o que prometeram.

 

Uma vez que me sinto enganado, não reconheço legitimidade democrática a este governo, pois quem o elegeu, fê-lo partindo dos pressupostos prometidos na campanha eleitoral, e não no tratamento desigual que estão a ter para com os cidadãos.

 

6 - É simplesmente execrável:

 

Que haja cidadãos de 1ª e cidadãos de 2ª;

 

Que a uns tenha sido cortado o vencimento e a outros não;

 

Que a uns tenham sido cortados os subsídios de férias e de Natal e a outros não;

 

Que uns tenham um determinado tratamento e haja regime de excepção para outros;

 

Que as classes mais favorecidas sejam poupadas em detrimento dos menos favorecidos;

 

Que eu tenha de andar a pagar os desmandos das entidades bancárias;

 

Que estas entidades não contribuam para o esforço nacional;

 

Que se mantenham inúmeros Institutos, quando foi prometido acabar com a maioria deles, observatórios, e outras instituições redundantes que por aí abundam.

 

É preciso coragem para servir o povo!

 

Estou farto Sr. Primeiro-ministro!

 

José Lucas

 

 

BI 7849415

 

jcmlucas@gmail.com

 

19 Julho 2012

 

PS – Ouvi na TV, V. Exª dizer que iria tirar uma semana de férias.

 

Eu não vou poder, mesmo pertencendo à ex-classe média, porque V. Exª tirou-me o subsídio de férias depois de estar no governo (após prometer não o fazer antes de estar no governo). Ficaria muito grato se V. Exª pudesse levar os meus filhos de 9 e 12 anos, com a família de V. Exª, para que possam usufruir de um pouco de praia.

 

Tenho outro problema: ainda não sei como vou comprar os livros para o próximo ano lectivo, mas isso é outra história, mais lá para diante…

 

28.07.12

Regionalização (III)


António Felizes:

Desta vez concordo com quase tudo o que disse.
Clarifico apenas a minha opinião sobre as diferenças entre as dimensões politico-administrativas e a da gestão. Assim, o que eu pretendo dizer, é que não é o facto de existirem políticos a gerir mal as suas instituições que nos vem demonstrar que o modelo politico-administrativo subjacente é mau, como, às vezes, nos querem fazer crer os seus detractores.
Acrescento que hoje foi aprovada uma Lei em Espanha que manda para prisão os gestores públicos se for demonstrado que a sua gestão prejudicou o interesse público. Em Itália, já algum tempo, vigora uma lei que também manda para prisão autarcas que sobre-endividem os seus municípios. E nós, estamos à espera de quê?
Cumprimentos

 

Meu Caro desta vez vamos encerrar este pequeno, mas salutar, debate de ideias.

Claro que devíamos copiar a dita lei para que a inresponsabilidade não morra sozinha e nós não tenhamos de continuar a pagar os despesismos de alguns.

Um abraço

28.07.12

Rainha Santa Isabel


Celebrações dos 400 anos sobre a abertura do túmulo da Rainha Santa Isabel

O Museu Nacional Machado de Castro, em Coimbra, celebra os 400 anos da abertura do túmulo da Rainha Santa Isabel com uma série de visitas guiadas sob o título Memórias da Rainha - um percurso guiado ao Tesouro da Rainha Santa no museu e em locais emblemáticos da sua vida.

Últimas visitas ao Tesouro da Rainha Santa -28 de Julho, das 9h30 às 12h30
27.07.12

Regionalização (III)


Primeiro eu escrevi este post o António Felizes não concordando com o mesmo deixou este comentário .

Claro que respondi e hoje o António Felizes tornou a comentar.

Gosto destes debates, principalmente entre pessoas com opiniões divergentes, mas não tiro conclusões precipitadas das opiniões contrárias.

Está enganado meu caro, sou e serei a favor do poder local, mas do poder local verdadeiro que defenda as populações .

Já agora, para que conste estive, como membro do Movimento Odivelas a Concelho, ligado à criação deste concelho e não estou arrependido apesar do mesmo se ter tornado uma agencia de emprego para os filiados no PSD, PS e CDU.

E, também não via mal nenhum no assunto se essas mesmas pessoas fossem escolhidas pela sua capacidade de trabalho, mas não !

O Poder Central é responsável por 90% das dividas ? Se o diz ! Mas qual é a admiração ? Não devia de ser? Não devia era de ter tanta divida , tantas PPP isso sim!

Eu fico admirado é quando as autarquias fazem PPP que nos hipotecam até 2035 e sei do que falo.

Quando escreve "temos" quer dizer que é açoriano?

Por acaso sabe a diferença entre o que recebe os Açores e o que recebe Trás-os-Montes quando afirma que "naturalmente" essas verbas são parte integrante?

Talvez fosse de bom tom a alteração da lei e talvez os Açores pudessem ajudar o Poder Central já que não vi solidariedade nacional por alturas do natal passado.

Passemos ao endividamento.

O mesmo caiu do céu ? veio de barco?

Então mandamos fazer obra e depois não se paga ? Eu sei do que falo ! Quem não tem dinheiro não tem "vícios" !

Sinceramente, houve no seu comentário uma questão que não percebi, é a diferença entre a gestão e a esfera politico/administrativa.

Mas os gestores de empresas municipais, empresas publicas, de autarquias locais etc etc não são designados pelos partidos atrás mencionados ( e outros) ?

Se essa mesma gestão não está correcta então só existe um caminho: rua! Designe-se pessoas com capacidade de gestão independentemente da sua filiação partidária.

Claro que existem municípios bem geridos e ainda bem pois gosto de analisar as situações positivas e dá-las como exemplo às "doninhas".

Mas deixe-me só , e para terminar , colocar-lhe uma questão:

Um presidente de uma autarquia durante o seu exercício acumula uma divida brutal, no final do mandato vai para casa porque perde as eleições. Quem vai pagar essa mesma divida ?  Sabe tão bem quanto eu ( e a Dra Maria Jose Morgado já o afirmou) que neste pântano ( aqui também estamos de acordo) os jacarés são mais do que as aves.

Um abraço

 

26.07.12

Regionalização (II)


A propósito deste meu post, deixou o António Felizes um comentário onde começa por me acusar, no mínimo (como será no máximo?) , de má fé !

Devo começar pelo principio (como diz o povo), portanto vamos começar pela dita "má fé" ; caro amigo não confundi nada, limitei-me a constatar que a irresponsabilidade existe neste país em larga escala com empresas municipais , institutos públicos e autarquias locais.

Como seria se tivesse sido instalado a regionalização ?

Sabe , melhor do que eu, que existem autarquias locais que não pagam aos seus fornecedores há mais de 365 dias .

Sabe , melhor do que eu, que existem empresas municipais (quase todas......)que têm dividas brutais.

Sabe , melhor que eu, que existem institutos públicos (anda a circular na net uma lista engraçada) que me/nos custa largos milhares de euros todos os anos.

Como vê a irresponsabilidade e má gestão é corrente e os actores da regionalização iriam ser os mesmos, digo eu !

Segunda parte do seu comentário.

Como pode afirmar que os Açores têm superavit ? Não está a falar a sério pois não ? Não vou acusá-lo de nada, mas por favor veja de quanto são as transferências do Orçamento Geral do estado para a Região Autónoma dos Açores.

Sobre a Madeira parece que estamos de acordo, mas, desde já lhe transmito que não vejo os problemas pela perspectiva partidária. Vivemos em democracia onde os bons e os maus existem em todos os quadrantes.

Finalmente a Espanha.

Aqui a "fúria espanhola" de autonomia foi de tal forma que houve "cajas" e mais "cajas" que deram num lindo sarilho !

Até pode afirmar que Vigo e Orense não têm os mesmos problemas que Barcelona mas o que acontece é que as regiões espanholas estão TODAS com a corda na garganta.

Permita-me que utilize a sua ultima frase para lhe transmitir o meu pensamento:"As coisas não são assim tão simples como os regionalistas nos querem fazer ver."

Um abraço

26.07.12

Faço minhas as suas palavras.........


..............meu caro Bruno Carvalho :

 

A propósito do castigo aplicado ao Presidente do Sport Lisboa e Benfica relativamente ao que sucedeu no jogo Benfica-Sporting, da época passada, em que alguns adeptos do Sporting incendiaram a bancada do Estádio da Luz, cumpre-me dizer o se...guinte:

- fico a aguardar a punição a aplicar ao Sporting pelo acto de fogo posto praticado por alguns dos seus adeptos que fez perigar a vida de milhares de pessoas

- fico a aguardar a punição aos dirigentes do Sporting pelas suas palavras

- já agora, fico a aguardar a punição a aplicar ao Sporting e aos seus dirigentes no caso de suborno do árbitro em que lhe foi depositada a quantia de 2.000 euros na conta alegadamente a mando de um seu Vice-Presidente à época.

Ficamos todos à espera da eficiência dessa justiça.

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