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TU-BARÃO

Órgão de opinião própria sem periodicidade e com muita vontade de emitir opiniões sobre o nosso quotidiano

TU-BARÃO

Órgão de opinião própria sem periodicidade e com muita vontade de emitir opiniões sobre o nosso quotidiano

11.07.16

Vamos lá por partes


1 Hillary Clinton será a candidata democrata às eleições dos EUA, que se realizam em Novembro.

Terá pela frente uma tarefa enorme se for eleita e eu acredito que o será.

Primeiro substituir um dos grandes presidentes americanos dos últimos anos, Barack Obama. Segundo, fazendo história, ao ser a primeira mulher a ser eleita Presidente dos EUA.

Esta Senhora, que subiu a vida a pulso, primeiro resistindo ao escândalo que envolveu o seu marido, quando este era Presidente dos EUA, depois quando há oito anos atrás perdeu para Obama a nomeação pelo partido democrata.

Não teve, na altura, problemas em tornar-se sua secretária de estado.

A sua última afirmação: “Estamos a caminho de quebrar o mais alto e forte tecto de vidro” é extraordinária se pensarmos que as mulheres adquiriram o direito de voto mais tarde que os homens e que a nossa sociedade ainda tem camafeus como Donald Trump.

2 Os regimes ditatoriais sejam eles de direita ou de esquerda são tiranos, inconcebíveis e completamente inaceitáveis. Em pleno século XXI continuam a existir ditaduras no Médio Oriente, América Latina, África e………………Europa.

A Bielorrússia, cujo seu líder é Alexander Lukashenko, vive ainda em regime ditatorial.

Tendo começado por ser eleito democraticamente rapidamente se transformou num monstro, tendo de imediato decretado uma série de mudanças que lhe tem permitido governar por decreto.

Admirador confesso de Hitler, autopromoveu-se a marechal, e, numa atitude característica dos ditadores, já começou a preparar o seu filho mais velho para lhe suceder.

Nunca é de mais recordar, e condenar, regimes como a Coreia do Norte (ou se abatem pessoas por verem filmes clandestinos da Coreia do Sul), Chade, Arabia Saudita, Irão, Cuba, etc etc

3 Portugal, Portugal, Portugal

Somos campeões europeus de Futebol.

A alegria pela prestação da nossa selecção invadiu a vida dos portugueses. Conforme escrevi, no final do jogo com o País de Gales, os portugueses merecem toda esta festa e muito mais.

Só o futebol nos tem dado nos últimos anos esta “união”, este querer, esta força.

Contra tudo e contra todos vencemos ontem a França no seu próprio “coração”. Deram-nos como mortos, mas fomos até ao fim e mostrámos a nossa raça.

Viva PORTUGAL!!!!!!!!!!

(intervenção na Rádio Cruzeiro hoje)

01.07.16

António Esteves


Muito bom este artigo escrito pelo jornalista António Esteves, que ainda para mais faz o favor de ser meu amigo.

Publicado na RTP.

 

Não peças a quem pediu, nem sirvas a quem serviu

É um dos aspectos mais nefastos e perigosos de uma organização, o exercício do "pequeno poder" ou "poderzinho", muito em voga nos dias de hoje em Portugal e que nos alimenta as conversas diárias nos momentos de convívio mais distendido. Prometi a muitos dos meus interlocutores nestas conversas que um dia destes me dedicava ao tema nestas minhas crónicas. Cá vai.

Falamos da figura menor, pouco carismática e sem poder concreto que se faz valer de uma posição de favor ou favorável junto a quem manda de facto para poder "mandar". Notem que não usei a palavra comandar. Nem dirigir. Muito menos liderar. O objectivo é mesmo mandar, a ordem pela ordem, o poder "pequenino" sem sentido, criando a ilusão para si próprio de que tem capacidades e competências para dar ordens, e tentando criar a ilusão para os outros de que tem poder de facto.

São pessoas nefastas para as empresas e organizações, porque decidem sempre num sentido que não pretende melhorar a própria empresa ou organização mas apenas servir os seus próprios propósitos ou os propósitos das pessoas a quem pretendem agradar.

São pessoas nefastas para as empresas e organizações porque do alto da sua incapacidade, da falta de preparação e de competência mandam em pessoas capazes, preparadas e competentes, com todos os efeitos negativos que este tipo de situação comporta.

São pessoas nefastas para as empresas e organizações porque colidem com o verdadeiro poder, legítimo e legitimado e não raras vezes transformam-se numa barreira à produtividade e eficácia da própria organização criando entropias difíceis de ultrapassar que se vão acumulando e reforçando no médio prazo e que acabam por ter efeitos muitas vezes desastrosos.

São finalmente pessoas nefastas para as organizações e empresas porque pensam pequeno e sem horizontes, tentando manter o seu pequeno poder, e para isso estão dispostas a tudo. Não têm ética profissional nem princípios e valores.

O problema do país, de algumas empresas e organizações é um problema estrutural, de correcta definição de competências e simplificação de processos. Somos o país refém do pequeno poder e da entropia provocada por funcionários menores que podem decidir a vida das pessoas com uma simples assinatura que recusam ou com uma decisão que não tomam só porque sim.

Admiro-me com os que se admiram por sermos um país onde reina a corrupção e o tráfico de influências. Mas num Estado onde a burocracia fala mais alto e os pequenos poderes vão tomando decisões diárias sem que a organização e o seu funcionamento sejam as principais prioridades, não admira que exista quem se disponha a pagar para resolver as dificuldades do dia a dia ou a fazer tudo para agradar para disso tirar partido ou vantagem.

Somos um país que tem, estruturalmente, graves problemas de organização, sentido de hierarquia, de definição de competências ou de recompensa do mérito e da qualidade.

Já o escrevi aqui, somos um país adiado que em muitos casos faz tudo para que não avancem mudanças estruturais e reformas profundas. Porque há um imenso mar de pequenos poderes que se agitam e agigantam quando são colocados em causa, e porque entendemos sempre que vamos lá com pequenas recompensas. Mas os problemas de saúde graves não se resolvem com aspirinas.

Na verdade, como diz o povo, não há mal que sempre dure nem bem que perdure. A grave crise que enfrentamos, não apenas económica e política, mas social, de valores e ética, de qualidade e de competência, não pode durar sempre mas dura há tempo demais. Há um tempo para tudo, e o tempo é de renovação. Nacional e internacional. Mesmo que nem sempre os caminhos escolhidos possam ser os melhores e os mais indicados.