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TU-BARÃO

Órgão de opinião própria sem periodicidade e com muita vontade de emitir opiniões sobre o nosso quotidiano

TU-BARÃO

Órgão de opinião própria sem periodicidade e com muita vontade de emitir opiniões sobre o nosso quotidiano

26.01.16

Os Índios e os Cowboys


Estávamos nós a tentar ver os desenhos do Tino de Rans quando fomos surpreendidos pela decisão do Tribunal Constitucional de repor as pensões vitalícias a políticos e a juízes do TC, que não sejam magistrados de carreira.

Nem sequer me preocupa se o custo destas pensões é elevado pois a sua existência é no mínimo escandalosa.

Como pode o cidadão comum aceitar que alguém receba uma pensão vitalícia por 12 anos de trabalho (com 80% do ultimo vencimento) quando esse mesmo cidadão nem com 50 anos de trabalho tem direito à sua pensão de reforma por inteiro?

Faz sentido esta enorme fronteira entre o povo e quem exerce cargos políticos? Não me parece!

A grande maioria dos deputados como advogados que são, chegam a exercer a sua função política ao mesmo tempo que exercem cá fora a sua função na advocacia.

Esta decisão do TB apanhou inclusivamente “fora de pé” Maria de Belém, candidata presidencial, que também subscreveu o pedido de constitucionalidade às escondidas.

Convêm ainda, para os mais distraídos, realçar que para além desta premissa, os deputados ainda têm um subsídio de integração quando deixam as suas funções.

Marisa Matias também veio a público condenar estes privilégios portugueses mas nada disse quanto ao facto de os eurodeputados, como é o seu caso, poderem ter as mesmas prerrogativas ao fim de 10 anos! Aguardemos pois.

Conforme disse esta semana Rui Tavares (não sou aderente nem votei no Livre): “todos nós gostaríamos de poder recorrer ao Tribunal Constitucional contra medidas que achamos inconstitucionais e violadoras dos nossos direitos. Porem esses privilégios cabe, entre outros, aos deputados que devem usa-lo em representação dos interesses colectivos e não do interesse próprio como sucedeu e para mais feito à socapa”!

Por fim deixo-vos os nomes dos que “às escondidas” resolveram solicitar ao TC a constitucionalidade da lei que Passos Coelho tinha introduzido:

Alberto Costa (PS), Alberto Martins (PS), Ana Paula Vitorino (PS), André Figueiredo (PS), António Braga (PS), Arménio Santos (PSD), Carlos Costa Neves (PSD), Celeste Correia (PS), Correia de Jesus (PSD), Couto dos Santos (PSD), Fernando Serrasqueiro (PS), Francisco Gomes (PSD), Guilherme Silva (PSD), Hugo Velosa (PSD), Idália Serrão (PS), João Barroso Soares (PS), João Bosco Mota Amaral (PSD), Joaquim Ponte (PSD), Jorge Lacão (PS), José Junqueiro (PS), José Lello (PS), José Magalhães (PS), Laurentino Dias (PS), Maria de Belém Roseira (PS), Miguel Coelho (PS), Paulo Campos (PS), Renato Sampaio (PS), Rosa Maria Albernaz (PS), Sérgio Sousa Pinto (PS) e Vitalino Canas (PS).

Entretanto tivemos ontem a eleição do novo Presidente da Republica com a vitória esmagadora de Marcelo Rebelo de Sousa e da abstenção.

Para além do ex-presidente do PSD também Marisa Matias e “Tino de Rans” estão de parabéns pelo resultado alcançado.

Perdedores, Sampaio da Novoa, Maria de Belém e o candidato da CDU Edgar Silva que obteve o pior resultado de sempre nas presidenciais para esta força política.

Outro vencedor da noite foi António Costa com a estratégia que implementou no PS tendo em vista estas eleições.

Sem nunca apoiar directamente nenhum candidato na primeira volta, não se comprometeu com a derrota de Sampaio da Nóvoa e deixou que todos os seus opositores, ao apoiarem Maria de Belém, tenham agora o deserto como horizonte!

 

Intervenção ontem na Radio Cruzeiro

18.01.16

Uns são filhos outros são enteados


Muito se tem falado e escrito a propósito da aplicação das 35 Horas aos empregados do estado.

Pergunto, desde já, porquê só aos empregados do estado?

Os empregados do sector privado não o merecem?

Não é de agora que escrevo umas linhas denunciando o facto de uns trabalhadores (os do privado) não serem tratados como os trabalhadores do sector publico.

Ainda não passaram muitos anos quando os trabalhadores do sector publico se podiam reformar 4 a 5 anos mais cedo do que os trabalhadores do sector privado.

Mais, havia inclusivamente o factor “tempo de trabalho” onde os funcionários públicos podiam se reformar com 35 anos de serviço e os do privado só com o limite de idade.

Alguém viu alguma vez uma central sindical levantar a voz contra estes dois pesos completamente diferentes? Não pois não?

Aliás, deixem-me partilhar com vocês algumas atitudes “engraçadas”: a concertação social serve para o que convêm não havendo uma linha orientadora, séria e ética pois se tal acontecesse era lá que as 35 horas deviam ser estabelecidas e não na Assembleia da Republica.

Desde sempre e como trabalhador por conta de outrem, já lá vão 45 anos, sempre defendi que os direitos deviam ser iguais para todos independentemente de sermos do público ou do privado.

Como posso ficar “mudo” quando vejo que o valor médio das reformas no sector privado é quase metade do mesmo valor do sector publico? Só recentemente foi feito algo para que os trabalhadores neste campo sejam tratados da mesma forma.

O problema é que nunca se vai ao encontro das melhores práticas pois colocaram-se os trabalhadores do sector publico com os mesmos princípios do sector privado quando o desejável era precisamente o contrário.

Como posso ainda hoje perceber que um juiz (neste caso uma juíza……) do Tribunal Constitucional se tenha reformado com 10 anos de actividade e com menos de 40 anos?

É vergonhoso que TODA a classe política nada faça, para alterar estes princípios que ofendem quem trabalha.

É normal ainda que juízes, policias, militares ou médicos tenham um tratamento diferenciado no âmbito da Administração Publica?

É normal que para alem destas destrinças também elas existam, na função publica, entre trabalhadores que desempenham a mesma função tendo em conta a data em que foram admitidos? Não me parece normal!

Deixem-me, para finalizar, partilhar com vocês o preâmbulo da proposta do Governo a propósito da implementação das 35 Horas: “ Fomentar uma maior conciliação da vida familiar com a vida profissional e visa salvaguardar direitos retirados unilateralmente aos funcionários públicos”!

Muito bem, mas quem trabalha no privado não deve também ter acesso a estes direitos.

Quando diferenciamos não estamos a melhorar estamos a criar barreiras estamos a dizer que existem portugueses de primeira e outros de segunda ou como diz o povo uns são filhos outros são enteados.

11.01.16

Artistas


A política em Portugal foi, nas últimas semanas, dominada nos media por dois homens Marcelo Rebelo de Sousa e Paulo Portas.

O primeiro anunciou que que quer ficar, o segundo anunciou (mais uma vez) que se vai embora!

A cumplicidade da imprensa (seja ela qual for) é tão evidente com estes dois senhores que esquecem o que não deviam só ouvem o que lhes convêm e ainda querem dourar a pilula.

Com Paulo Portas tudo foi possível acontecer na política. Começou na JSD, mais tarde filiou-se no CDS e tornou-se um dos homens de Manuel Monteiro a quem viria a tirar o tapete.

Fez amizades com os reformados, agricultores, taxistas e feirantes que depressa esqueceu.

Passou pelas feiras com grande sacrifício pessoal.

Fez um acordo com Marcelo Rebelo de Sousa que depressa terminou, candidatou-se a Camara Municipal de Lisboa com resultado inferior “ao do táxi” .

Escreveu uma demissão mas voltou atrás quando António Guterres se demitiu horas antes.

Foi antieuropeu mas agora é federalista.

Tornou – se irrevogável sendo revogável, enfim uma série de cambalhotas (para ser simpático) que a qualquer outro seriam de bradar aos céus.

Como estamos a falar de Paulo Portas julgo que já nada nos admira nem mesmo esta lavagem que nos últimos dias temos assistido.

Enfim……………….

Falemos agora sobre Marcelo Rebelo de Sousa

Depois de anos e anos na TV onde debitava desde o futebol passando pelo social à política a sua candidatura era mais que anunciada.

Acontece que entre o anúncio da candidatura e a realização das eleições vão uns meses e por cada dia que passa Marcelo Rebelo de Sousa perde votos.

Todos estes anos levaram a um imenso registo documental onde o professor aparece um dia a dizer uma coisa e passados uns anos a dizer o seu contrário. O comentador tinha opinião sobre tudo, o candidato pelos vistos não tem opinião.

Diz, alto e bom som, que não é o candidato da direita tendo tido o desplante de afirmar que em último caso é a favor da nacionalização do Novo Banco se as condições de venda do mesmo não se verificarem.

Este desalinhamento entre o que se disse em tempos e o que agora se afirma vai continuar até ao último dia da campanha, conforme ficou provado no debate com Marisa Matias, onde meteu as mãos pelos pés relativamente à posição que tinha tomado em 2012 aquando da aprovação do orçamento de estado.

Confesso que começo a ver a morte das convicções, tal como afirma um amigo, tendo essa mesma falta de valores sido nos últimos tempos mais evidente à direita do que à esquerda.

Não estando ainda lé lé da cuca, julgo que faltam à direita referências e valores.

Pelo menos as referências e valores que sempre defendi.

(Intervenção de hoje na Radio Cruzeiro)

06.01.16

Carta a Marcelo Caetano escrita em 1973 por este senhor


Marcelo-Rebelo-de-Sousa-PSD-2.jpg

Excelentíssimo Senhor Presidente, Excelência:

Pedindo desculpa do tempo que tomo a Vossa Excelência, vinha solicitar alguns minutos de audiência (…) Seria possível, Senhor Presidente, conceder-me os escassos minutos que solicito? (…) Acompanhei de perto (como Vossa Excelência calcula), as vicissitudes relacionadas com o Congresso de Aveiro, e pude, de facto, tomar conhecimento de características de estrutura, funcionamento e ligações, que marcaram nitidamente um controle (inesperado antes da efectuação) pelo PCP.
Aliás, ao que parece, a actividade iniciada em Aveiro tem-se prolongado com deslocações no país e para fora dele, e com reuniões com meios mais jovens.
Como Vossa Excelência apontou, Aveiro representou, um pouco mais do que seria legítimo esperar, uma expressão política da posição do PC e o esbatimento das veleidades “soaristas”.

O discurso de Vossa Excelência antecipou-se ao rescaldo de Aveiro e às futuras manobras pré-eleitorais, e penso que caiu muito bem em vários sectores da opinião pública.
Com os mais respeitosos e gratos cumprimentos,

Marcelo Nuno Rebelo de Sousa

 

06.01.16

61 %


Dos maquinistas do metro escalonados para a noite de 31 de Dezembro não compareceram ao trabalho.

Espero que sejam punidos.

Talvez um dia se desloquem a uma instituição, nessa data, e os trabalhadores da mesma instituição (estou a pensar numa mas não escrevo.........) também tenham procedido da mesma forma ...talvez........ 

 

06.01.16

Mas que rica prenda……


Mais uma vez o governo da república foi obrigado a intervir para “salvar” mais um banco.

Desta vez tenho (ou melhor temos…) de pagar o BANIF o que em tempo de Natal me deixou completamente louco.

Fala-se em 3 milhões de euros e eu pergunto onde “isto” vai parar.

Ele foi BPN, BPP, BES. Quanto mais nos irão pedir para suportar estes crimes?

Ao todo são milhões e milhões de imparidades (se for eu a dever dinheiro devem chamar-lhe outro nome) que desde de 2008 alguns senhores têm vindo a roubar de alguns bancos com a conveniência de alguns gestores desses mesmos bancos.

Quem aprovou estes créditos? Tenho/temos o direito de saber que créditos aprovou “fulano tal” que agora dizem são impossível de recuperar.

Os senhores que receberam dinheiro do BPN e do BES e depois não pagaram são os mesmos que agora estão em falta com o BANIF? Em caso afirmativo já deviam estar na prisão.

Nos últimos anos os Bancos esbanjaram 40 mil milhões de euros, despediram 7000 pessoas e encerraram quase mil balções.

A parte politica também não pode ser esquecida.

Quem permite ou permitiu que esta cambada, esta corja, continue a ver o sol e a passear-se pelas esplanadas de Lisboa também merece o meu repudio.

O que andou a fazer o anterior governo?

Para quem não se recorda convêm recordar que o Estado era o dono do BANIF, tinha a maioria.

Maria Luís Albuquerque teve conhecimento em Julho, deste ano, que a Comissão Europeia tinha aberto um processo de investigação, e que a mesma Comissão chumbou em Setembro um processo de reestruturação do Banco e nada fez? Como compreender tal inatividade?

Como posso desculpar que a mesma ministra das Finanças tenha recusado em Novembro passado uma intervenção pública no BANIF?

Por muito que me esforce não entendo como foi possível tamanha anormalidade, tamanho atentado ao pudor.

O que há para discutir se ainda recentemente Portugal tinha passado por uma situação idêntica? Onde estão as medidas?

Tratem já das outras entidades bancárias que precisam de ajuda para não se chegar a este ponto.

Comissão de Inquérito para que? Para “inglês ver”?

Não me parece que seja só o sistema bancário português que está doente. Está doente também a nossa classe politica, senão vejam a forma vergonhosa como o CDS votou contra o orçamento retificativo. Como é possível? Ainda existe decoro?